Por Taciano Cassimiro
Tailândia-PA
Com certeza você já ouviu a seguinte frase “ A primeira impressão é a que fica”. Será que está frase expressa realmente a verdade? Será que ao primeiro contato é possível obter uma verdadeira impressão da pessoa que está a nossa frente?
Em Atos dos apóstolos 28.1-6 , livro escrito por Lucas, historiador e médico, por volta do ano 63 d.C, tem um relato bastante interessante a respeito de como as pessoas que estão à volta de Paulo, o apostolo, mudam de parecer, de impressão à medida que algumas coisas vão acontecendo.
Paulo, depois de uma viagem marítima cansativa, danosa e atribulada, precisando nadar até a costa para sobreviver, bem como os 276 passageiros que estavam com ele, como prisioneiros, chegaram a uma ilha chamada Malta, que é a maior das cinco ilhas que constituem o arquipélago que conforma a República de Malta. Está localizada no meio do mar Mediterrâneo que é um mar do Atlântico oriental, compreendido entre a Europa meridional, a Ásia ocidental e a África setentrional com aproximadamente 2,5 milhões de km² [1]. É o maior mar interior continental do mundo, ao sul da Itália e ao norte da África.
Vejamos a dinâmica dos acontecimentos na Ilha de Malta:
1. O apostolo Paulo é visto como naufrago
Naufrago é definido da seguinte forma:
adj. Que naufragou.
Procedente de naufrágio.
S.m. Pessoa que naufragou.
Fig. Pessoa infeliz, decadente, que padeceu ruína.

Naquela ocasião, Paulo, e os demais foram vistos, como seres humanos que precisam de cuidados. Ao invés de serem vistos e tratados como criminosos. Embora, Paulo, não fosse, mas estava na condição de um criminoso.
Por um momento, foram vistos como dignos de misericórdia, socorro e afeto. Portanto, a primeira impressão foi “ Paulo era um náufrago “ um infortunado, infeliz e que padecia de ruína. E como tal deveria ser alvo da misericórdia e cuidados dos bárbaros.
Temos aqui uma grande lição de acolhimento, serviço e proteção. Paulo de fato estava na condição de náufrago, não era conhecido pelos malteses, era um completo estranho, logo, a única impressão que os ilhéus poderiam extrair era a da figura de um sobrevivente, de um naufrago.
Porém, Paulo não era só isso, era um apostolo, prisioneiro de Cristo, e por causa de acusações dos judeus, tornou-se prisioneiro de Roma, sendo conduzido a mesma para a presença de Cesar, pois como cidadão romano podia ser julgado perante o imperador.
A falta da convivência não nos permite ter a noção exata da pessoa os das pessoas que estão diante de nós, o tempo e as circunstâncias nos permitirão ter uma idéia melhor das pessoas ou pessoa que se relaciona conosco. A dinâmica da vida providenciará os meios.
2. O apostolo Paulo é visto agora como um assassino

Depois do acontecido os bárbaros deduziram agora, que Paulo era um assassino, pois mesmo tendo escapado do mar, a justiça não o deixa viver ( talvez uma referência a deusa da justiça ).
Temos aqui na vida de Paulo o cumprimento daquela frase tão conhecida “ nadou, nadou, e acabou morrendo na praia!” pelos menos na mente dos ilhéus, não a frase, mais a idéia foi cogitada.
Perceberam que à medida que algumas coisas foram acontecendo às impressões acerca de Paulo iam se alterando? De naufrago, para assassino digno de morte.
Isso também acontece a nossa volta todo dia, o dia todo. Na medida em que algumas coisas acontecem, principalmente na igreja, as pessoas, ou melhor, os irmãos, mudam de opinião a nosso respeito, e em muitas situações acompanhamos essa dinâmica.
3. O apostolo Paulo é tido como um “ deus “

De náufrago, para assassino digno de morte, de assassino para um “ deus “. Temos aqui o triunfo da ignorância e inversão de valores. Os bárbaros escravos de suas tradições e crenças religiosas não perceberam que estavam diante de um servo de Deus, e não de um deus.
É interessante que a primeira impressão, pelo menos em parte, era a mais próxima da verdade naquele contexto de naufrágio. Porém, ela não durou muito.
E finalmente a ultima impressão foi a que prevaleceu, ou seja, Paulo era um deus.
Conclusão
É necessário deixar claro que o apostolo dos gentios simplesmente é um personagem histórico, dentro de um contexto histórico e que não foi o responsável pelas deduções dos habitantes da ilha. Foi salvo da morte por providencia divina, entretanto, não tem nenhuma culpa pelas divagações e conclusões dos tais.
Mesmo assim, é possível ver nesta passagem de Atos dos Apóstolos “ que nem sempre a primeira impressão é a que fica”. E isso, por uma série de fatores que surgem em meio às relações e contatos humanos, seja na igreja, no trabalho, na escola ou na rua.
Devemos ser cautelosos com as impressões que causamos nas pessoas, e também cuidadosos na impressão que alguém causa em nós. Pois corremos o risco de nos precipitarmos em nossos julgamentos e deduções, e no final da história chegarmos a conclusão que de fato “ A PRIMEIRA IMPRESSÃO, NEM SEMPRE É A QUE FICA. “.
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