sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Acerca dos 497 anos da Reforma Protestante

Por Taciano Cassimiro

A Reforma Protestante foi sem dúvida um dos acontecimentos históricos mais impactantes. A Reforma tem como ponto de partida o dia 31 de outubro de 1517 ocasião em que Martinho Lutero (1483-1546), padre, da ordem de Santo Agostinho, afixou na porta Catedral de Wittemberg as conhecidas 95 teses.

A Reforma não surgiu com o desejo de dividir a igreja. Seu propósito era reconduzir a igreja aos ensinos do Novo Testamento, era trazer a igreja ás Escrituras. Pois, principalmente no período medieval que começa no século V até XV a igreja se desviou de forma fragorosa dos ensinos de Cristo e dos apóstolos. Podemos apontar alguns dos desvios: Corrupção moral, venda de indulgências (perdão e misericórdia mediante pagamento), cobrança dos sacramentos, venda de relíquias sagradas, venda de cargos no clero e ignorância religiosa dos padres.
Diante deste quadro surgiu homens chamados historicamente de pré-reformadores, John Wycliffe ( 1328 – 1384 ) e John Huss ( 1369 – 1415 ), que denunciaram os erros da igreja, e enfatizaram a importância de colocar a Bíblia na linguagem do povo, estes foram mortos pela igreja acusados de heresia.

No cenário surge aquele que seria conhecido como o pai da Reforma, Martinho Lutero, que enfatizou as denúncias feitas pelos pré-reformadores. Lutero desejava ver a igreja reformada moralmente e teologicamente, não desejava dividi-la. A divisão foi consequência da dureza da igreja em não reconhecer seus erros e abusos. Em suma Lutero defendeu a salvação pela fé em Cristo somente, tradução da Bíblia, leitura e livre exame da mesma. Outros reformadores ocupam grande espaço na história da reforma como Ulrico Zwínglio (1484-1531) em Zurique, João Calvino ( 1509 – 1564 ) o grande reformador francês radicado na Suiça, John Knox ( 1514 – 1572 ) na Escócia. Estes foram grandes exemplos de amor e busca pela verdade. Longe estavam de ser perfeitos, no entanto demonstraram amor pela igreja e pela verdade contida nas Escrituras ainda que isso lhes custasse a liberdade e a vida.

Hoje 31 de outubro comemorasse o dia da reforma, mas na verdade o que temos a comemorar? Precisamos pensar sobre isso!

Pra bem da verdade a maior parcela das ditas igrejas evangélicas abraçam, flertam, adoram tudo aquilo que os reformadores combateram. Hoje igrejas evangélicas vendem em nome de Deus o que deveria ser pela graça, barganham benefícios espirituais, tapetes de fogo, sal grosso, campanhas (prosperidade e saúde) mágicas, e tudo isso reflexo da ignorância bíblica-teológica vigente entre os protestantes, parece que estamos voltando a Idade Média. O povo protestante cada vez mais, conhece menos de doutrina, de teologia ( alguns ainda preservam a ideia de que teologia é desnecessário, e quem a estuda não tem unção. Lamentável ). Acrescentamos a lista a corrupção moral, brigas políticas, guerras por cargos eclesiásticos, pastores que compram e não pagam ( velhaco ). As coisa andam bem complicadas.

Precisamos resgatar o legado deixado pelos reformadores, ou seja, amor pela verdade, pelas Escrituras, precisamos voltar a fonte, precisamos render-se a Deus. É preciso reconhecer que necessitamos urgentemente abandonar a idolatria gospel, as superstições, a negligência ao estudo da Bíblia e de outras ciências ( examinar tudo é necessário ). Precisamos viver de forma santa, firmados na Palavra, e assim protestar contra o estado de coisas que contraria os princípios do Reino de Deus. Afinal de contas desde 1529 somos conhecidos como protestantes.


Viva a Reforma Protestante!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Jan Huss: coragem, resistência e fé


 Por Taciano Cassimiro 

Jan Huss ( Jan Huss ) foi um pré-reformador. Para a Igreja Católica um herege disseminador dos ensinos de John Wycliffe ( 1328 – 1384 )merecedor da mesma sorte, ou seja, a morte.

Vejamos alguns pontos relacionados a vida e obra de Jan Huss, no propósito de conhecermos um pouco sobre esta “grande pequena luz ” que ousou brilhar em meio as trevas da ignorância e opressão da igreja medieval.
  
    1.    Origem e formação

Huss nasceu em 1373 em Hussinec na Boêmia hoje Republica Tcheca. De família pobre que vivia da agricultura.  O nome Hus é a abreviação do seu lugar de nascimento, feita pelo próprio, em cerca de 1399; anteriormente era conhecido como Jan Hussinec, ou, em latim, Johannes de Hussinetz.

Huss, cedo, perdeu seu pai. Sua mãe sempre o incentivou na educação formal. Não foi um aluno brilhante, no entanto conseguiu seus graus:  Em 1393 ele fez o Bacharelado em Letras, em 1394 o Bacharelado em Teologia, e em1396 O Mestrado. Muito cedo Huss recebeu proeminência. Seu temperamento quente foi essencial para enfrentar os desafios que vieram em sua vida. Fazendo uso das afirmações de Martyn L. Jones à John Knox as uso em relação a Huss “ Que faremos com esse homem? Ele foi um homem para sua era; um homem para os seus tempos. Para épocas especiais são necessários homens especiais; e Deus sempre produziu tais homens...era necessário um homem forte, um homem austero, um homem corajoso; e esse homem era Huss”.

Teve de ganhar a vida cantando e prestando serviços na Igreja. E segundo alguns historiadores Huss sentiu-se atraído pela “profissão” clerical não tanto por um impulso interior mas pela atração de uma vida tranquila como clérigo. Porém o Senhor tinha seus planos e os consumaria na vida de Huss.

    2.    Seu Ministério


Jan Huss foi ordenado ao sacerdócio em 1400. Em1401 tornou-se reitor da faculdade de Filosofia, e em 1402, Huss se tornou pregador na capela dos Santos Inocentes de Belém em Praga, onde pregava em língua checa e latim. Huss era pregador eloquente e sincero, ele atraia todas as classes, desde os mais elevados aos mais simples, e, rapidamente tornou-se um dos homens mais influentes no país. A rainha o tornou seu confessor e, ela e suas damas assistiam suas pregações.  O Papa João XXIII lançou uma cruzada contra o Rei Ladislau de Nápoles, e ofereceu a remissão completa de pecados a todos os que participassem na guerra, ou a venda da indulgência para os que a suportassem. Ao ouvir tal notícia contrária a todos os preceitos bíblicos, Huss se levanta e ataca o papado de usar sanções espirituais e indulgências para fins pessoais e políticos. Em contra-ataque, Jan Huss foi excomungado e obrigado a deixar Praga em 1411, excomungado de sua congregação, todos os cultos, cerimônias de batizado e funeral que realizara foram anulados. Tal ato trouxe grande revolta aos cidadãos de Praga, os quais defenderam Huss que continuo a pregar de lugar em lugar e, geralmente, ao ar livre.
Huss defendia a pureza do clero, combatia os males da igreja, combatia a corrupção e à ostentação do clero, Huss, conquistou o apoio dos camponeses, dos artesãos e assalariados das cidades tchecas. Podemos afirmar que Huss à semelhança de Wycliffe foi essencialmente um reformador moral. Ele foi notável mais por seu elevado propósito ético do que pela especulação teológica. Huss em seu ministério defendeu a reforma da igreja baseada no exemplo de Cristo e na simplicidade apostólica.
Huss era respeitado até por seus inimigos por sua pureza, vida particular exemplar. Nas palavras de um de seus críticos sua reputação era “ pureza imaculada “.
Huss escreveu enquanto este preso a obra De Ecclesia, e também traduziu a Bíblia para sua língua materna, o tcheco.

    3.    Suas ideias teológicas

Jan Huss foi fortemente influenciado pelas ideias de Wycliffe, porém diferia em muitos pontos, geralmente em direção da moderação, e do conservadorismo.
Eis, algumas ideias defendidas por Huss:

      ·         A pregação livre da Palavra de Deus
      ·         O estudo das Escrituras
      ·         A Ceia administrada nas duas espécies ( o cálice e o pão  para os leigos )
      ·         Contra a venda de indulgências
      ·         Não era contra a sucessão apostólica, mas afirmava: “ A autoridade de Pedro permanece no Papa, desde que ele não se afaste da lei do Senhor Jesus Cristo “.
     ·         Pregava o Sacerdócio Universal dos Crentes, no qual qualquer pessoa pode comunicar-se com Deus sem a mediação sacramental e eclesial.

Na Idade Média surgiu homens intelectuais como Agostinho ( 354-430 ), Pedro Abelardo ( 1079-1142 ), Tomás de Aquino ( 1225-1274 ),  porém havia muita ignorância teológica entre o clero e membresia.

Huss viveu em um período de retorno as Escrituras, de idéias incipientes e revolucionárias, que alcançaria maiores contornos com Zwínglio, Lutero e Calvino.

    4.    Sua morte

Em 1414 Huss foi preso em Constança embora tivesse um salvo-conduto cedido por Sigismundo ( 1368-1437 ) Sacro Imperador Romano-Germânico. O Concílio de Constança ( 1414-1418 ) condenou os escritos de Wycliffe, e julgou Huss por apoiar alguns de seus ensinos. Para o Concílio Huss era um “ Wycliffe redivivus “. Huss permaneceu preso durante os sete meses de seu julgamento, e pouca oportunidade foi-lhe dada de se defender. Por fim, no dia 6 de julho de 1415, ele foi levado para a catedral de Constança. Ali, depois de um sermão sobre a teimosia dos hereges, ele foi vestido de sacerdote e recebeu o cálice, somente para logo em seguida lhe arrebatarem ambos, em sinal de que estava perdendo suas ordens sacerdotais. Depois lhe cortaram o cabelo para estragar a tonsura, fazendo-lhe uma cruz na cabeça. Por último lhe colocaram na cabeça uma coroa de papel decorada com diabinhos, e o enviaram para a fogueira. A caminho do suplício, ele teve de passar por uma pira onde ardiam seus livros. Huss morreu cantando o hino em grego “Kyrie eleeson” (Senhor, tem misericórdia). O local de sua morte é marcado até hoje com uma pedra memorial. Como Wycliff, Huss lutou pela reforma da Igreja pagando o preço com sua vida. 
As palavras de Huss aos seus inquisidores que queriam que o reformador abandonasse suas doutrinas foram firmes:
 “ Apelo a Jesus Cristo, o único juiz todo-poderoso e totalmente justo. Em suas mãos eu deponho a minha causa, pois Ele há de julgar cada um não com base em testemunhos falsos e concílios errados, mas na verdade e na justiça”. 
Antes de ser queimado, Hus disse as seguintes palavras ao carrasco: "Vocês hoje estão queimando um ganso (Hus significa "ganso" na língua boêmia), mas dentro de um século, encontrar-se-ão com um cisne. E este cisne vocês não poderão queimar." Costuma-se identificar Martinho Lutero com esta profecia (que 102 anos depois pregou suas 95 teses em Wittenberg), e costumeiramente se costuma identificá-lo com um cisne.

Após a morte de Huss sua influência não acabou, seus seguidores deram continuidade com os seguintes partidos:

 ·         Hussistas de Praga: rejeitavam só o que contradizia os ensinos da Bíblia
      ·         Taboritas: revolucionários apocalípticos que se opunham a tudo o que não estivesse na Bíblia. Alguns do grupo taborita formaram aquilo que ficou conhecido como Unitas Fratrum (Irmãos Unidos) ou Irmãos Boêmios em meados do século XV. Foi deste grupo que saiu a Igreja Morávia, que até hoje existe. A Igreja Morávia tornou-se mais tarde numa das igrejas de mais visão missionária da história da Igreja Cristã.
       ·         Comunidade de Monte Horebe: menos apocalíptica.

Conclusão

Jan Huss servi-nos de inspiração em nossa peregrinação teológica, ministerial e prática.
Muitas são as aflições dos servos de Deus, porém fomos chamados para o serviço, para o ensino da verdade de Deus, ainda que nos custe a existência. Que o exemplo de dedicação, resistência, coragem e fidelidade de Huss, sejam por nós seguidos para glória D’aquele que nos chamou.


Louvado seja o Senhor!

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Neemias, sensível a realidade de seu povo


Por Taciano Cassimiro

Liderar não é tarefa das mais fáceis, disso todos sabemos. Muitas vezes não nos faltam conhecimentos seja teológico, sociológico ou filosófico. Porém falta-nos sensibilidade para chorar, lamentar e ir ao encontro do necessitado que chora e geme. Parece que isso é tarefa difícil.

Neemias foi um líder sensível a realidade de seu povo. Seu nome significa “ Javé conforta “ surgiu no período persa e liderou um grupo que voltou do cativeiro para Jerusalém, onde foi governador e realizou reformas profundas. Tais reformas contêm elementos espirituais, morais e vivenciais, e que sem dúvida devem ser aplicados por nós, em nossas vidas e ministérios.

Neemias foi um líder sensível a realidade do seu povo. Ao saber que os que não foram levados cativos estavam em grande miséria e desprezo ( Ne 1.3; 2.1-2 ) ele ficou triste, pediu autorização para ver de perto a situação de seus conterrâneos. Sua sensibilidade não era meramente contemplativa, pelo contrário, foi quebrantadora e ativa. Neemias uma vez sabendo do sofrimento do seu povo entrou em ação, lutou e consolou o povo. Ele sente as dores e o pecado de seu povo e busca ao Senhor em demonstração de dependência total.

Nós, líderes no século XXI precisamos conhecer as dores e sofrimentos do nosso povo. Chorar os nossos pecados e pecados de nosso povo. Conhecer somente a necessidade, conhecer somente a letra, e não fazer nada para amenizar a dor, para transformar a história pela e com a Palavra é um atentado contra a própria Palavra de Deus.

Que sejamos mais próximos do povo, que conheçamos suas dores e feridas, e assim em nome D’aquele que tem o poder de curar e restaurar a sorte, sejamos instrumentos de bênção, e não sejamos achados na conta daqueles que tem tempo suficiente para apascentar a si mesmo desprezando as ovelhas do Senhor.

Meditemos:
       E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?

Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam.

As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse.

Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas;

Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto.

Ezequiel 34:1-10


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Reforma Protestante, de NOVO?

Por Taciano Cassimiro

Todo ano a mesma discussão. A igreja moderna precisa ou não de Reforma? Uns dizem que sim e outros não. Sem contar que nesse período acirra-se as velhas discussões entre arminianos e calvinistas.

É claro que não podemos e não devemos esquecer da situação da igreja, principalmente durante a Idade Média (corrupção do clero e da doutrina, simônia, inquisição, venda de indulgências e relíquias sagradas) que culminaram com os esforços dos conhecidos pré – reformadores, John Wycliff, John Huss, até os reformadores Martinho Lutero, Ulrico Zwínglio, João Calvino, John Knox entre outros.

Também não podemos ignorar o estado atual da igreja. Parece até que a igreja protestante se transformou naquilo que jurou combater. Clero corrompido, desvio doutrinário, simônia, venda de favores celestes, música gospel humanista, venda de objetos sagrados ( santinhos, águas ungidas ) e até inquisição, embora sem fogueiras e instrumentos de tortura à semelhança da Idade Média.

Pois bem, estamos em outubro e agora voltamos a falar sobre Reforma Protestante de novo. Que este momento seja bem aproveitado por igrejas e líderes, que haja uma séria e profunda reflexão no tocante a vontade de Deus revelada nas Escrituras. E que de fato venhamos a colocar em prática os princípios estabelecidos na Palavra de Deus, e fortemente defendido pelos reformadores ainda que com excessos e erros de várias natureza.

A reflexão e estudo da história não é para fazermos tudo do jeito que eles fizeram, mas para evitar os erros que foram cometidos, e dá sequência aos pontos que acertaram.


terça-feira, 14 de outubro de 2014

AS CAUSAS DA REFORMA SEGUNDO IRWIN ISERLOH


Lutero teve lá seus defeitos, mas não é possível negar que muitas de suas críticas foram legítimas. Até mesmo estudiosos católicos como Irwin Iserloh enfatizam que a Igreja da época da Reforma vivia um momento de decadência moral sem precedentes:

1) Os Papas do renascimento: Alexandre VI (1492-1503),
Julio II (1503-1513), Leão X (1513-1521), não possuíam a força espiritual necessária para fazer frente aos acontecimentos.  Leão X, por exemplo, se caracterizou pela falta de convicções e de seriedade; 

2) A precária situação do clero e do povo: A busca de honras e dinheiro era regra geral na instituição eclesiástica, que caminhava junto com o abandono da pastoral do povo pelos prelados e presbíteros. Tal situação causou no povo um ressentimento contra a Igreja, que muitas vezes foi considerada uma "potência estrangeira"; 

3) Falta de clareza dogmática e perversão da vida religiosa: O campo de verdade e erro não foi definido claramente. Por exemplo, Lutero ainda era considerado parte da Igreja quando o papa era apelidado de Anticristo. Em relação com a eclesiologia havia uma enorme confusão doutrinária, causado pelas teorias papais e anti-papais que proliferaram a partir do século XIV. O mesmo pode ser dito sobre os sacramentos. A teologia dos séculos XIV e XV não abordou a questão da missa de maneira adequada. O ensino sobre a doutrina da Eucaristia limitava-se a considerar a questão da transubstanciação do ponto de vista da filosofia da natureza.


Fonte: VILANOVA, Evangelista. Historia de la teologia Cristiana, p. 217,218.