quinta-feira, 31 de outubro de 2013

31 de Outubro – Dia da Reforma Protestante


Acerca dos 496 anos


Em 1529, Carlos V convocou nova Dieta, em Spira e decidiu que a doutrina luterana passaria a ser tolerada nas regiões convertidas, mas proibida no restante da Alemanha. Os luteranos protestaram e daí nasceu o termo protestante. Bom, mais a história não começa ai. No dia 31 de Outubro, Martinho Lutero ( 1483-1546 ) fixou as 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg Contra as Indulgências (carta emitida pela igreja que dava perdão aos mortos e vivos: claro que mediante um pagamento) oficializando o debate. Lutero não desejava dividir a Igreja Católica, seu objetivo era de fazer a igreja retornar as Escrituras, ser pura conforme os ensinos de Jesus, profetas e evangelistas. Naquele contexto a igreja estava fortemente manchada pelos escândalos causados pelo clero.

No entanto, meu objetivo não é de apresentar dados históricos acerca da(s) causa(s) da Reforma Protestante. Não é de apresentar dados biográficos sobre Martinho Lutero, Ulrico Zwínglio ou João Calvino. Minha proposta é produzir uma reflexão séria acerca dos protestantes o u do protestantismo, como queira, ainda que em poucas palavras.

Uma coisa é certa, incontestável, os reformadores buscavam um alinhamento às vezes até radical com a Palavra de Deus.

 E hoje?

Hoje nós temos um protestantismo emocionalista, sensacionalista e poderosamente acrítico. Tudo é normal. Cantar pra Jesus somente mediante o pagamento de R$ 80 mil reais é normal. É proibido pensar, como diz o cantor João Alexandre. As igrejas emergem aos borbotões, igrejas e mais igrejas ( qualquer espaço vazio se transforma em um templo ). A fábrica de pastores é assustadora ( em sua esmagadora maioria ) sem conclusão do ensino fundamental e médio, sem formação teológica. Consequentemente as pregações são destituídas de uma analise séria do texto, sem hermenêutica e exegese. O pregador ler o texto sai do texto e nunca mais volta para o texto. E quanto a Deus? Há, Deus se transformou numa marionete, num ser manipulável. E se o individuo tem dinheiro para o sacrifício, mais fácil obterá os privilégios divino. Também podemos falar sobre as brigas políticas, pelos famosos cargos eclesiásticos, de influencia, que deixa o servo de “Deus” no alto do seu eu, no comando. Traições, brigas e perseguições, tudo é válido para conseguir o poder. Os crimes contra a fé que foi cometida pelos católicos, hoje o são pelos evangélicos na maior das tranquilidades.

E agora? Como comemorar os 496 anos? Precisamos de outra Reforma nos moldes do século XVI? Acredito que Não. No entanto, precisamos voltar à fonte, as Escrituras. Precisamos buscar ao Senhor em oração. Arrepender-se no pó e na cinza. Abandonar o narcisismo gospel e se render a majestade de Deus.

Taciano Cassimiro, Missionário e Palestrante Presbiteriano. Bacharel em Teologia, Radialista e professor de história, filosofia e sociologia. Pastoreando a Igreja Presbiteriana de Tailândia-PA. Colunista do Portal Tailândia e BMTV.