Por Taciano Cassimiro
Jan Huss ( Jan Huss )
foi um pré-reformador. Para a Igreja Católica um herege disseminador dos
ensinos de John Wycliffe ( 1328 – 1384 )merecedor da mesma
sorte, ou seja, a morte.
Vejamos alguns pontos
relacionados a vida e obra de Jan Huss, no propósito de conhecermos um pouco
sobre esta “grande pequena luz ” que ousou brilhar em meio as trevas da
ignorância e opressão da igreja medieval.
1. Origem e formação
Huss nasceu em 1373 em
Hussinec na Boêmia hoje Republica Tcheca. De família pobre que vivia da
agricultura. O nome Hus é a abreviação do seu lugar de nascimento, feita pelo
próprio, em cerca de 1399;
anteriormente era conhecido como Jan Hussinec, ou, em latim, Johannes de
Hussinetz.
Huss, cedo, perdeu seu pai. Sua mãe sempre o incentivou na
educação formal. Não foi um aluno brilhante, no entanto conseguiu seus graus: Em 1393 ele fez o Bacharelado
em Letras, em 1394 o Bacharelado em Teologia, e em1396 O Mestrado. Muito
cedo Huss recebeu proeminência. Seu temperamento quente foi essencial para
enfrentar os desafios que vieram em sua vida. Fazendo uso das afirmações de
Martyn L. Jones à John Knox as uso em relação a Huss “ Que faremos com esse homem? Ele foi um homem para sua era; um homem
para os seus tempos. Para épocas especiais são necessários homens especiais; e
Deus sempre produziu tais homens...era necessário um homem forte, um homem
austero, um homem corajoso; e esse homem era Huss”.
Teve de ganhar a vida cantando e prestando serviços na
Igreja. E segundo alguns historiadores Huss sentiu-se atraído pela “profissão”
clerical não tanto por um impulso interior mas pela atração de uma vida
tranquila como clérigo. Porém o Senhor tinha seus planos e os consumaria na
vida de Huss.
2. Seu Ministério

Huss defendia a pureza
do clero, combatia os males da igreja, combatia a corrupção e à ostentação
do clero, Huss, conquistou o apoio dos camponeses, dos artesãos e
assalariados das cidades tchecas. Podemos afirmar que Huss à semelhança
de Wycliffe foi essencialmente um reformador moral. Ele foi notável mais por
seu elevado propósito ético do que pela especulação teológica. Huss em seu
ministério defendeu a reforma da igreja baseada no exemplo de Cristo e na
simplicidade apostólica.
Huss era respeitado até
por seus inimigos por sua pureza, vida particular exemplar. Nas palavras de um
de seus críticos sua reputação era “ pureza imaculada “.
Huss escreveu enquanto
este preso a obra De Ecclesia, e também traduziu a Bíblia para sua língua
materna, o tcheco.
3. Suas ideias teológicas
Jan Huss foi fortemente
influenciado pelas ideias de Wycliffe, porém diferia em muitos pontos,
geralmente em direção da moderação, e do conservadorismo.
Eis, algumas ideias
defendidas por Huss:
·
A pregação livre da Palavra de Deus
·
O estudo das Escrituras
·
A Ceia administrada nas duas espécies (
o cálice e o pão para os leigos )
·
Contra a venda de indulgências
·
Não era contra a sucessão apostólica,
mas afirmava: “ A autoridade de Pedro permanece no Papa, desde que ele não se
afaste da lei do Senhor Jesus Cristo “.
·
Pregava o
Sacerdócio Universal dos Crentes, no qual qualquer pessoa pode comunicar-se com
Deus sem a mediação sacramental e eclesial.
Na Idade Média surgiu homens intelectuais como Agostinho ( 354-430 ), Pedro Abelardo ( 1079-1142 ), Tomás de Aquino ( 1225-1274 ), porém
havia muita ignorância teológica entre o clero e membresia.
Huss viveu em um período de retorno as Escrituras, de idéias incipientes e revolucionárias, que alcançaria maiores contornos com Zwínglio, Lutero e Calvino.
4. Sua morte

As palavras de Huss aos seus
inquisidores que queriam que o reformador abandonasse suas doutrinas foram
firmes:

Antes de
ser queimado, Hus disse as seguintes palavras ao carrasco: "Vocês hoje estão queimando um ganso (Hus
significa "ganso" na língua boêmia), mas dentro de um século,
encontrar-se-ão com um cisne. E este cisne vocês não poderão queimar."
Costuma-se identificar Martinho Lutero com esta profecia (que 102 anos depois
pregou suas 95 teses em Wittenberg), e costumeiramente se costuma identificá-lo
com um cisne.
Após a morte de Huss sua influência não acabou, seus
seguidores deram continuidade com os seguintes partidos:
·
Taboritas:
revolucionários apocalípticos que se opunham a tudo o que não estivesse na
Bíblia. Alguns do grupo taborita formaram aquilo que ficou conhecido como Unitas
Fratrum (Irmãos Unidos) ou Irmãos Boêmios em meados do século XV. Foi
deste grupo que saiu a Igreja Morávia, que até hoje existe. A Igreja Morávia
tornou-se mais tarde numa das igrejas de mais visão missionária da história da
Igreja Cristã.
·
Comunidade de Monte Horebe: menos apocalíptica.
Conclusão
Jan Huss servi-nos de inspiração em nossa peregrinação teológica,
ministerial e prática.
Muitas são as aflições dos servos de Deus, porém fomos chamados para o
serviço, para o ensino da verdade de Deus, ainda que nos custe a existência.
Que o exemplo de dedicação, resistência, coragem e fidelidade de Huss, sejam por nós seguidos
para glória D’aquele que nos chamou.
Louvado seja o Senhor!
Um comentário:
Parabéns Taciano Cassimiro.
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