I.
O QUE SE
QUER DIZER COM SOBERANIA DE DEUS?
Soberania significa governo, e a soberania de Deus significa que Deus
governa sua criação com absoluto poder e autoridade. Ele determina o
que vai acontecer, e acontece. Deus não fica alarmado, frustrado ou derrotado pelas circunstâncias, pelo pecado ou pela rebeldia de suas
criaturas
1. A liberdade de Deus e do seu poder
Charles
Spurgeon ( 1834-1892 ): “ Deus é independente de tudo e de todos. Ele
age de acordo com Sua própria vontade. Quando Ele diz: ‘Eu farei’, o que quer
que diga será feito. Deus é soberano, e Sua vontade, não a vontade do homem,
será feita”.
Aspectos do soberano poder de Deus
O poder de
Deus é soberanamente livre. Deus não precisa exercitar seu poder para ser o que
é.
Liberdade de existência: poder de existência
Deus existe
Gn 1.1
Liberdade de decisão: poder de determinação
Deus tem
diante de si uma infinidade de possibilidades de “ decisões “ sobre todas as
coisas; entretanto, ele “decidiu” fazer do modo como fez sem influências de
ninguém, porque não necessita de conselhos Rm 11.33-36; Dn 4.34-35.
Liberdade de execução: poder executivo
Deus
executa seu plano atravéz do seu poder, conforme sua vontade. Não podemos
marcar hora e lugar para ele agir. Deus opera como e quando quer, dentro de
suas deliberações.
Liberdade de limitação: poder autolimitante
Se Deus é
todo-poderoso, pode, conforme sua vontade, mudar as regras do jogo. Modificando
as leis, seus princípios de ação, seus critérios; enfim, alterar o que ele
mesmo revelou e fez registrar na sua Palavra?
No livro “
Entendendo as Religiões Seculares “ de Josh McDowel e Don Stewart são feitas as
seguintes perguntas:
1.
Pode Deus criar uma pedra tão pesada que nem ele consiga
erguer?
2.
Pode Deus fazer com que 2+2 = 6?
3.
Pode Deus fazer com que ele mesmo deixe de existir e, então,
fazer com que volte à existência?
4.
Pode Deus fazer um circulo quadrado?
O poder de Deus está sob o controle de
sua sábia e santa vontade: “ Deus pode fazer tudo o que ele deseja, porém
ele não deseja fazer tudo o que pode”.
II.
A SOBERANIA
GRACIOSA DE DEUS NA SALVAÇÃO
A
liberdade de Deus na manifestação de sua graça
A
liberdade
é um dos atributos da soberania. Deus é soberano, e por isso é livre na
manifestação da sua graça. Se a graça não fosse livre, não seria graça; se
fosse compulsória, seria obrigação. Deus tem misericórdia de quem lhe aprouve,
Ex 33:19.
Definição
de graça
Graça pode ser definida como favor
imerecido, manifestado livre e continuamente por Deus aos pecadores que se
encontravam num estado de depravação e miséria espirituais, merecendo o justo
castigo pelos seus pecados. Rm 4.4; 11.6; Ef 2.8-9.
A
graça e a salvação
Nossa salvação decorrente do pacto da
graça, atravéz do qual Deus confiou seu povo ao seu Filho, para que este viesse
entregar sua vida por ele. Cristo deu sua vida em favor de todos os que o Pai
lhe confiara na eternidade. Assim todos os homens – judeus e gentios - , tanto
no Antigo como no Novo Testamento, foram salvos pela graça ( Is 42.6; 2 Tm 1.9;
Jo 6.39; 17. 1,6-26 ; At 15.11 ).
Mérito e graça são conceitos que se
excluem Rm 11.6.
João Calvino afirmou que “ A
graça divina e o mérito das obras humanas são tão opostos entre si que, se
estabelecermos um, destruiremos o outro”.
Eleição
É o ato eterno de Deus pelo qual ele,
em sua soberana vontade, e sem levar em conta nenhuma previsão de fé ou mérito,
escolhe certo número de pessoas para receber a livre graça e a salvação eterna.
A eleição é o propósito de Deus salvar certos membros da raça humana em Jesus
Cristo e por meio dele.
1.
A eleição é uma expressão da vontade livre de Deus
Calvino
escreveu “ Não busquemos a causa em parte alguma, senão na vontade divina
“. Notemos particularmente as expressões de quem quer e a quem lhe apraz. Paulo
não permite que avancemos, além disto, “. Rm 9.11; 2 Tm 1.9.
2.
A eleição é imutável e, portanto, torna segura e certa a
salvação dos eleitos. Deus executa o decreto da eleição com eficiência, pela
obra salvadora que realiza em Jesus Cristo. Rm 8.29-30; 11.29; 2 Tm 2.19
3.
A eleição é uma decisão ocorrida na eternidade Ef 1.4-5
4.
A eleição é incondicional. A eleição não depende de modo
algum da fé ou boas obras previstas, mas exclusivamente da livre e soberana
graça de Deus, que é também a origem da fé e das boas obras. At 13.48; Rm 9.11;
1 Pd 1.2 .
Confissão de Fé de Westminster Cap 3.2 9 ( Dos Eternos Decretos de Deus) afirma “Ainda
que sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias
imagináveis, Deus não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou
como coisa que havia de acontecer em tais condições”.
Confissão de
Fé de Westminster Cap 10.2 ( Da Vocação
Eficaz ) afirma “ Esta vocação eficaz provém unicamente da
livre e especial graça de Deus, e não de qualquer coisa prevista no homem;
nesta vocação, o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado
pelo Espírito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graça
nela oferecida e comunicada”.
5.
Aeleição é irresistível. Isto não significa que o homem não
possa se opor à sua execução até certo ponto, mas significa sim, que a sua
oposição não prevalecerá. Tão pouco significa que Deus, na execução do seu
propósito, subjugue de tal modo a vontade do homem que sua atitude seja
incoerente com a livre agência humana. Significa, porém, que Deus pode exercer
tal influência sobre o ser humano que o leva a querer o que Deus quer. ( Sl
110.3; Fp 2.13 ).
6.
Devemos considerar outro aspecto da doutrina da eleição, que
é a decisão soberana de Deus de não levar em conta outras pessoas, não as
salvando.
Segundo
Sproul precisamos prestar atenção entre os decretos positivos e negativos de
Deus:
1.
O decreto positivo tem a ver com a intervenção ativa de Deus
nos corações dos eleitos;
2.
O decreto negativo tem a ver com Deus deixando de lado os
não-eleitos.
Novamente a
Confissão de Fé de Westminster no Cap 10.4
“ Os não eleitos, ainda que
chamados pelo ministério da Palavra e tenham algumas das operações comuns do
Espírito, contudo jamais chegam a Cristo e, portanto, não podem ser salvos;
muito menos poderão ser salvos por qualquer outro meio os que não professam a
religião cristã, por mais diligentes que sejam em padronizar suas vidas de acordo
com a luz da natureza e com a lei da religião que professam; asseverar e manter
que o podem é muito pernicioso e detestável”.
A Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 1333. Traz o seguinte comentário:
Reprovação é o nome
dado à eterna decisão de Deus com relação àqueles pecadores que não
foram escolhidos para a vida. Não os escolhendo para a vida, Deus
determinou que eles não fossem transformados. Eles continuarão em pecado
e, finalmente, serão julgados por aquilo que tiverem feito. Em alguns
casos, Deus pode ir mais longe e remover as influências restritivas que
protegem uma pessoa da desobediência extrema. Esse abandono, chamado de endurecimento, é, em si mesmo, uma penalidade do pecado (Rm 9.18;
11.25 conforme Sl 81.12; Rm 1.24,26,28).
A reprovação é
ensinada na Bíblia (Rm 9.14-24; 1Pe 2.8), porém como uma doutrina, seu
significado sobre o comportamento cristão é indireto. O decreto de Deus
sobre a eleição é secreto; quais pessoas são eleitas e quais são
reprovadas não será revelado antes do Juízo Final. Até aquele tempo,
Deus ordena que o chamado ao arrependimento e a fé sejam pregados a
todos.
O esboço pode ser utilizado e publicado, ou adaptado para estudos por todos os interessados em transmitir As Grandes Doutrinas da Graça.
Fonte:
Fundamentos da Fé Reformada - Herminstein Maia
Teologia Sistemática - Franklin Ferreira
Entendendo as Religiões Seculares - Josh McDowel e Don Stewart
Redenção Particular - Charles Spurgeon
2 comentários:
Parabéns Pastor gostei muito!
muito bom Pr Taciano!!!
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