quarta-feira, 22 de abril de 2015

O drama da fé autêntica

Por Taciano Cassimiro

É um livreto publicado pela Editora Paulinas, 69 paginas, contém 17 divisões, muito bem escrito, de fácil leitura e entendimento. O escritor faz uma exposição excelente do Salmo 22 explorando de forma precisa os termos originais, e fazendo as aplicações de forma objetiva. 

De todos os comentários sobre o Salmo 22 este foi o melhor que já li, e recomendo aos estudantes da Bíblia, principalmente, aos apaixonados pela leitura dos Salmos. O livreto é de fato muito edificante. 

Trecho do livro:
 O Salmo 22 é uma das orações de Israel que parece contrariar certas idéias pré-concebidas sobre Deus e sobre o ser humano. Sobre Deus porque – onipotente e bondoso – permanece demasiado silencioso diante da dor, colocando seu amigo “no pó da morte” antes de lhe responder. Sobre o ser humano – imagem do bom Deus – porque pode revelar-se uma besta selvagem para seu irmão!
         Precisamente porque alguns de seus versos parecem confirmar-se na pessoa de Jesus de Nazaré, a maioria dos comentaristas cristãos através dos séculos viu neste salmo uma profecia direta da paixão do messias. Mas também a exegese dos rabinos de Israel reconheceu no salmo a descrição da paixão do povo escolhido, continuamente torturado e morto, mas também continuamente restituído à vida.
         Estamos, portanto, diante de um poema religioso que estimula variadas interpretações, as quais parecem encontrar seu fundamento na própria linguagem utilizada pelo salmista, rica em imagens, símbolos, evocações, provocações.

O autor Walter Eduardo Lisboa é mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontificio Instituto Bíblico de Roma.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Henrique Martin 1781 – 1812

Por Taciano Cassimiro

Henrique Martin, pastor e missionário anglicano foi um daqueles que costumamos chamar de “gigante na fé”. Sua vida de fé, piedade e serviço serve-nos de inspiração e exemplo, que deve ser seguido por todos os combatentes da fé. Sua história não foi muito diferente dos demais lutadores da fé. Mesmo formando-se com méritos, desistiu da carreira de advogado, para dedicar-se as Missões, principalmente, depois de ouvir um sermão sobre o “ Estado Perdido dos Pagãos “.

FRASES DE H.MARTIN
·        “...parece...que posso orar para sempre sem nunca cansar. Quão doce é andar com Jesus e morrer por Ele..”
·        “ Que eu seja uma chama de fogo no serviço divino “
·        “ Se eu viver ou morrer, que Cristo seja magnificado pela colheita de multidões para Ele “
·        “ Um moribundo, pregando aos moribundos “
·         “ Agora, Senhor, quero arder até me consumir inteiramente por Ti “.
Henrique Martin era homem piedoso, costumava levantar-se cedo para desfrutar da comunhão com Deus, amava ler as Escrituras Sagradas. Sua vida foi grandemente influenciada pela história de dedicação e pioneirismo de Guilherme Carey (1761-1834) na Índia. Assim, decidiu ser missionário na Índia. Seu ministério também foi influenciado pelo testemunho de David Brainerd (1718-1741), o “ Grande Arauto aos peles-vermelhas “.

Martin enfrentou diversas dificuldades: os costumes pagãos, cultos aos demônios e forte perseguição. Parecia até que Martin era “ vizinho do inferno “,. Além disso, o mesmo encontrava-se longe da família, distante de sua noiva, e lutava contra a tuberculose que ardia no seu peito.

Seu ministério na Índia foi muito difícil, mesmo diante da falta de frutos, não deixou de pregar, e não abandonou seu projeto de traduzir as Escrituras. Como fruto do seu trabalho conseguiu traduzir porções das Sagradas Escrituras para as línguas de uma quarta parte de todos os habitantes do mundo. O Novo Testamento em hindu, hindustão e persa e os evangelhos em judaico-persa são apenas uma parte de suas obras.

Como pregador, sua mensagem era simples, e sempre se dirigia como “um moribundo, pregando aos moribundos”. Ele possuía a simplicidade dos verdadeiros servos de Deus.

Depois de seis anos e meio de ministério na Índia. Durante uma viagem faleceu Henrique Martin aos 31 anos de idade. Sua vida, seu exemplo de fé e dedicação despertou muitos filhos de Deus para a obra missionária.

De fato Henrique Martin foi um grande servo de Deus, um gigante incansável na obra do Senhor:
            Na sua vida de oração,
            Fidelidade ao chamado de Deus,
            Simplicidade como pregador,
            Dedicação a seara, e espírito desbravador,
Sirva-nos de inspiração em nossas vidas e ministérios, que o Espírito Santo nos ajude a sermos “ Uma Luz Gasta Inteiramente por Deus “, como foi nosso irmão Henrique Martin.

Fonte: Heróis da Fé e adaptado ( comentários ) 


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Como Ser Um Ministro Fiel



Por Taciano Cassimiro na Igreja Presbiteriana 9 de Dezembro, Maceió-AL. 09/01/2010 

I Tm 4.6-16

São muitos os desafios enfrentados pelos ministros do evangelho em nossos dias. Não só pelos ministros, por todos os que verdadeiramente seguem a Jesus Cristo e seu evangelho. Os desafios são os mais diversos: teologia da prosperidade, pentecostalismo ( cultura ) e seus excessos, neo-pentecostalismo com suas propostas tentadoras de riqueza e saúde constante como prova de fé e fidelidade. Também incluo nesta lista a ortodoxia sem ortopraxia. Muita letra, muito grito, muita filosofia, muito debate, e pouca vida.

A primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo foi escrita da Macedônia, depois de haver visitado a cidade de Éfeso, onde havia deixado Timóteo. A data da escrita é 64 d.C. (datas prováveis variam entre 64 e 67) (entre as duas prisões em Roma).

Paulo escreve esta epístola pastoral com no mínimo três propósitos específicos:

    1) Exortar o próprio Timóteo a respeito do seu ministério e de sua vida pessoal;

   2) Exortar Timóteo a defender a pureza do evangelho e seus santos padrões da corrupção causada pelos falsos mestres;

    3) Dar a Timóteo instruções a respeito de vários assuntos e problemas de Éfeso.
Timóteo tinha diversos desafios ( pessoal e ministerial ) e diante dos mesmos, era necessário ser UM BOM MINISTRO.

Mas,
   Como Ser Um Ministro Fiel?

    1.Ensinando a Palavra de Deus v.6

O bom e fiel ministro ensinará sempre a Palavra de Deus e dará a ela primazia. O ensino basicamente tem dois aspectos:

1.1.Orientar e ordenar: pelo ensino somos alertados, orientados e intimados a seguir sua orientação. Há Palavra de Deus é lâmpada e luz para os nossos caminhos ( Sl 119.105 ). Infelizmente em muitas igrejas a Exposição da Palavra de Deus não existe mais.

1.2.Denunciar: é impossível ensinar sem denunciar os falsos mestres e seus ensinos perniciosos e destrutivos. E era isso que Timóteo deveria fazer e fazendo isso séria um bom ministro.

Verdade é que nem sempre denunciamos os ensinos e os falsos mestres com a mesma ousadia, habilidade e fidelidade a Palavra de Deus como Paulo e demais apóstolos.

     2.Exercitando a Piedade V.7

No nosso contexto piedade é “virtude que leva a render a Deus a honra que lhe é devida. Devoção, oração, leitura e prática da Bíblia.

Para Calvino, pietas designa a atitude correta de um homem para com Deus. É uma atitude que inclui conhecimento verdadeiro, adoração sincera, fé salvadora, temor filial, submissão e amor reverentes. Saber quem e como Deus é (teologia) envolve atitudes corretas para com Ele e fazer o que Ele deseja (piedade).

Como ministro fiel Timóteo deveria se ” exercitar na piedade “, ou seja, sua vida deveria ser marcada, regada pela piedade. Há piedade deveria ser uma prática constante em sua vida e ministério.

O ministro fiel precisa:

· Ler e refletir, Nunca descuide da leitura diária da Bíblia em sua privacidade, e quando lê-la recorde que Deus está te falando e que deves crer e obedecer sobre o que Ele lhe diz.

· Vida de oração, Nunca descuide da oração particular diária; e quando orar, recorde que Deus está presente e que Ele ouve as tuas orações. Na observação de Calvino a oração é "o principal exercício da fé, mediante a qual recebemos diariamente os benefícios de Deus".

· Vida de santidade, o ministro, o servo de Deus precisa ter uma vida santa e exemplar.

Calvino disse: “Ofereço-Te meu coração, Senhor, imediata e sinceramente”.Esse é o desejo de todos os que são verdadeiramente piedosos. Contudo, esse desejo pode ser realizado apenas por meio da comunhão com Cristo e da participação nEle; pois, fora de Cristo, até a pessoa mais religiosa vive para si mesma. E apenas em Cristo os piedosos podem viver como servos voluntários, soldados leais de seu Comandante e filhos obedientes de seu Pai. A santidade é provada pela obediência.

3   3. Tornando-se padrão v. 12, 16

Tornando-se padrão dos fiéis.

Padrão em que ?

Paulo diz a Timóteo que ele deveria ser um padrão para os fiéis, no mínimo em cinco áreas, são elas:

3.1.Na palavra – o ministro deve ter cuidado com suas palavras, as mesmas devem ser edificantes.
3.2.No procedimento – o ministro deve proceder de forma integra e reta, que reflita temor de Deus.
3.3.No amor – o ministro deve ser amoroso, ser exemplo no amor para com os irmãos e para os que estão de fora, e no seu amor para com Deus e sua obra.
3.4.Na fé – o ministro deve ser exemplo de fidelidade, sua fé deve ser exemplar.
3.5.Na pureza – o ministro deve ser exemplo de pureza. Pureza nas palavras, nas ações, nos relacionamentos e principalmente na obra de Deus.

Se Timóteo seguisse as orientações de Paulo, seria um ministro fiel e exemplar. Tornando-se assim um padrão para comunidade cristã de seus dias.

Infelizmente muitos ministros deixaram de ser padrão há muito tempo, pois deixaram de colocar em prática os ensinamentos da Palavra de Deus. Mantêm a aparência, mas a essência já não existe.

Que Deus nos ajude a sermos fiés.

 4. Tendo cuidado da doutrina v. 16

Timóteo tinha sido instruído por Paulo na boa doutrina de Jesus Cristo e de seus apóstolos, e agora ele deveria permanecer e ensiná-la.

Há doutrina é fundamental para saúde do ministro e da comunidade cristã. Por isso, o mesmo não deve vacilar, é preciso estudo constante, reflexão, oração e dependência do Espírito Santo.

Muitos naufragaram na fé nos dias de Paulo por darem ouvidos a doutrinas de falsos mestres inspirados por demônios. Em nossos dias não é diferente, os ensinos falsos são diversos e têm trazido danos, muitos danos ao arraial cristão.

Bíblia é nossa regra de fé e prática, tão bem utilizada pelos reformadores a ponto de nos deixarem uma bela herança “ A TEOLOGIA REFORMADA “: A teologia reformada é abrangente, envolvendo aspectos doutriná­rios, forma de governo eclesiástico, padrões para o culto e um modo específico de encarar questões políticas, econômicas e sociais. As princi­pais expressões dessa teologia são os escritos dos reformadores da tradi­ção suíça (Ulrico Zuínglio, João Calvino, Martin Bucer, John Knox, Teodoro Beza e outros) e os muitos documentos confessionais elabora­dos pelas primeiras gerações de reformados. Os exemplos mais significa­tivos são: os Sessenta e sete artigos de Zuínglio (1523), a Primeira confissão helvética (1536), a Confissão de Genebra (1536), o Catecismo de Genebra (1542), a Confissão galicana (1559), a Confissão escocesa (1560), a Confis­são belga (1561), o Catecismo de Heidelberg (1563) e a Segunda confissão helvética (1566). São especialmente importantes a Confissão de Fé e os Catecismos elaborados pelos calvinistas ingleses - os puritanos - na Assembleia de Westminster (1643-1648).

Algumas ênfases especiais da teologia reformada são a plena sobera­nia de Deus, a eleição ou predestinação, o livre-arbítrio entendido como livre agência, a soteriologia monergista que reconhece a prioridade da iniciativa divina, o conceito simbólico dos sacramentos, a noção do pacto (das obras e da graça) e a importância da lei de Deus. Essa teologia é abraçada particularmente pelas igrejas presbiterianas, e também por muitas igrejas congregacionais e batistas.

O ministro tendo cuidado da doutrina será capaz de salvar-se dos falsos ensinos, e ainda salvará a comunidade cristã da praga chamada “ falsas doutrinas “.

Um Ministro fiel terá cuidado com a doutrina:
Ensinando e vivendo.

Conclusão

Que Deus nos ajude a sermos fiéis ministros, ensinando a Palavra de Deus, exercitando a piedade, tornando-se padrão e tendo cuidado da doutrina.
Que Deus nos ajude!


Taciano Cassimiro

quinta-feira, 2 de abril de 2015

ESTUDO DO CAPÍTULO II DA CONFISSÃO DE FÉ ESCOCESA – 1560

Por Taciano Cassimiro
Breves Anotações

Da Criação do Homem

Confessamos e reconhecemos que nosso Deus criou o homem, isto é, nosso primeiro pai, Adão, segundo sua própria imagem e semelhança, e lhe deu sabedoria, domínio, justiça, livre arbítrio e consciência de si mesmo, de modo que em toda a natureza do homem não se podia encontrar nenhuma imperfeição. Dessa perfeição e dignidade caíram o homem e a mulher; a mulher, enganada pela serpente e o homem dando ouvido à voz da mulher, ambos conspirando contra a soberana majestade de Deus, que, com palavras claras, os havia previamente ameaçado de morte, se ousassem comer da árvore proibida.

1. Quem criou o homem?

” Confessamos e reconhecemos que nosso Deus criou o homem, isto é, nosso primeiro pai, Adão, segundo sua própria imagem e semelhança,...”

O texto da Confissão é claramente contrário a qualquer ensino evolutivo ou obra do acaso. Por isso ela afirma que:

     ·         Deus criou o homem Gn 2.7

E este homem foi criado:

     ·         Segundo sua própria imagem e semelhança Gn 1.26-27; Cl 3.10

2. Deus criou o homem em quais condições?

“....e lhe deu sabedoria, domínio, justiça, livre arbítrio e consciência de si mesmo, de modo que em toda a natureza do homem não se podia encontrar nenhuma imperfeição””.
Novamente o texto da Confissão de Fé Escocesa se coaduna com as Escrituras ao afirmar que o homem foi criado em total perfeição, e recebido do Senhor tais atributos:

     ·         Sabedoria
     ·         Domínio
     ·         Justiça
     ·         Livre-arbítrio
     ·         Consciência de si mesmo

3. O que aconteceu ao primeiro homem ( Adão e sua mulher )?

“...Dessa perfeição e dignidade caíram o homem e a mulher; a mulher, enganada pela serpente e o homem dando ouvido à voz da mulher, ambos conspirando contra a soberana majestade de Deus,..”

 O homem caiu em pecado Rm 5.12

Sequencia da queda e suas consequências em Gn 3.1-24:
A mulher enganada pela serpente, punição Gn 3.4-6,15-16
O homem dando ouvido à voz da mulher Gn 3.6, 17-19
Ambos conspiraram contra Deus Gn3.6-7
Homem e a mulher expulsos do jardim Gn 3.22-24

 O pecado do homem o afetou em todo o seu ser, físico e espiritual. Agora sua sabedoria, domínio, justiça, livre-arbítrio ( perdido ), consciência de si mesmo foram maculados de sorte que a linguagem do profeta Isaias ao referir-se a nação de Israel pode ilustrar bem a real condição do homem:

“O boi reconhece o seu dono, e o jumento conhece a manjedoura do seu proprietário, mas Israel nada sabe, o meu povo nada compreende”.
Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade! Raça de malfeitores, filhos dados à corrupção! Abandonaram o Senhor; desprezaram o Santo de Israel e o rejeitaram.
Por que continuarão sendo castigados? Por que insistem na revolta? A cabeça toda está ferida, todo o coração está sofrendo.
Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são; somente machucados, vergões e ferimentos abertos, que não foram limpos nem enfaixados nem tratados com azeite”. Isaías 1:3-6
NVI.

4. Deus havia alertado nossos primeiros pais antes da queda?

“...ambos conspirando contra a soberana majestade de Deus, que, com palavras claras, os havia previamente ameaçado de morte, se ousassem comer da árvore proibida”.

A narrativa de Gênesis é muito clara quanto a esta questão. O homem e a mulher foram advertidos, inclusive, da consequência que viria mediante transgressão:

O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.
E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma livremente de qualquer árvore do jardim,
mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá".
Gênesis 2:15-17
.

Com base na passagem aprendemos que a vida eterna era uma possibilidade, caso o homem permanecesse fiel. Porém, sua desobediência o levou a morte bem como de sua descendência.

Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra! Tu, cuja glória é cantada nos céus. Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos firmaste o teu nome como fortaleza, por causa dos teus adversários, para silenciar o inimigo que busca vingança. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste: Todos os rebanhos e manadas, e até os animais selvagens, as aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares. Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra! Salmos 8:1-9


CONCLUSÃO
CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO
CAPÍTULO II
Deus está no homem, e este em Deus

E como invocarei meu Deus, meu Deus e meu Senhor, se ao invocá-lo o faria certamente dentro de mim? E que lugar há em mim para receber o meu Deus, por onde Deus desça a mim, o Deus que fez o céu e a terra? Senhor, haverá em mim algum espaço que te possa conter? Acaso te contêm o céu e a terra, que tu criaste, e dentro dos quais também criaste a mim? Será, talvez, pelo fato de nada do que existe sem Ti, que todas as coisas te contêm? E, assim, se existo, que motivo pode haver para Te pedir que venhas a mim, já que não existiria se em mim não habitásseis?
Ainda não estive no inferno, mas também ali estás presente, pois, se descer ao inferno, ali estarás.

Eu nada seria, meu Deus, nada seria em absoluto se não estivesses em mim; talvez seria melhor dizer que eu não existiria de modo algum se não estivesse em ti, de quem, por quem e em quem existem todas as coisas? Assim é, Senhor, assim é. Como, pois, posso chamar-te se já estou em ti, ou de onde hás de vir a mim, ou a que parte do céu ou da terra me hei de recolher, para que ali venha a mim o meu Deus, ele que disse: Eu encho o céu e a terra?