Por Taciano Cassimiro na Igreja Presbiteriana 9 de Dezembro, Maceió-AL. 09/01/2010
I Tm 4.6-16
São
muitos os desafios enfrentados pelos ministros do evangelho em nossos dias. Não
só pelos ministros, por todos os que verdadeiramente seguem a Jesus Cristo e
seu evangelho. Os desafios são os mais diversos: teologia da prosperidade,
pentecostalismo ( cultura ) e seus excessos, neo-pentecostalismo com suas propostas
tentadoras de riqueza e saúde constante como prova de fé e fidelidade. Também
incluo nesta lista a ortodoxia sem ortopraxia. Muita letra,
muito grito, muita filosofia, muito debate, e pouca vida.
A
primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo foi escrita da Macedônia, depois
de haver visitado a cidade de Éfeso, onde havia deixado Timóteo. A data da
escrita é 64 d.C. (datas prováveis variam entre 64 e 67) (entre as duas prisões
em Roma).
Paulo
escreve esta epístola pastoral com no mínimo três propósitos específicos:
1) Exortar
o próprio Timóteo a respeito do seu ministério e de sua vida pessoal;
2) Exortar
Timóteo a defender a pureza do evangelho e seus santos padrões da corrupção
causada pelos falsos mestres;
3) Dar a Timóteo instruções a respeito de vários
assuntos e problemas de Éfeso.
Timóteo
tinha diversos desafios ( pessoal e ministerial ) e diante dos mesmos, era
necessário ser UM BOM MINISTRO.
Mas,
Como Ser Um Ministro Fiel?
1.Ensinando a Palavra de Deus v.6
O
bom e fiel ministro ensinará sempre a Palavra de Deus e dará a ela primazia. O
ensino basicamente tem dois aspectos:
1.1.Orientar
e ordenar: pelo ensino somos alertados, orientados e intimados a seguir sua
orientação. Há Palavra de Deus é lâmpada e luz para os nossos caminhos (
Sl 119.105 ). Infelizmente em muitas igrejas a Exposição da Palavra de Deus não
existe mais.
1.2.Denunciar:
é impossível ensinar sem denunciar os falsos mestres e seus ensinos perniciosos
e destrutivos. E era isso que Timóteo deveria fazer e fazendo isso séria um bom
ministro.
Verdade é que nem sempre denunciamos os ensinos e
os falsos mestres com a mesma ousadia, habilidade e fidelidade a Palavra de
Deus como Paulo e demais apóstolos.
2.Exercitando a Piedade V.7
No
nosso contexto piedade é “virtude que leva a render a Deus a honra que lhe é
devida. Devoção, oração, leitura e prática da Bíblia.
Para
Calvino, pietas designa a atitude correta de um homem para com
Deus. É uma atitude que inclui conhecimento verdadeiro, adoração sincera, fé
salvadora, temor filial, submissão e amor reverentes. Saber quem e como Deus é
(teologia) envolve atitudes corretas para com Ele e fazer o que Ele deseja
(piedade).
Como
ministro fiel Timóteo deveria se ” exercitar na piedade “, ou seja, sua vida
deveria ser marcada, regada pela piedade. Há piedade deveria ser uma prática
constante em sua vida e ministério.
O
ministro fiel precisa:
· Ler
e refletir, Nunca descuide da leitura
diária da Bíblia em sua privacidade, e quando lê-la recorde que Deus está te
falando e que deves crer e obedecer sobre o que Ele lhe diz.
· Vida
de oração, Nunca descuide da oração particular
diária; e quando orar, recorde que Deus está presente e que Ele ouve as tuas
orações. Na observação de Calvino a oração é "o principal
exercício da fé, mediante a qual recebemos diariamente os benefícios de
Deus".
· Vida
de santidade, o ministro, o servo de Deus
precisa ter uma vida santa e exemplar.
Calvino disse: “Ofereço-Te
meu coração, Senhor, imediata e sinceramente”.Esse é o desejo de todos
os que são verdadeiramente piedosos. Contudo, esse desejo pode ser realizado
apenas por meio da comunhão com Cristo e da participação nEle; pois, fora de
Cristo, até a pessoa mais religiosa vive para si mesma. E apenas em Cristo os
piedosos podem viver como servos voluntários, soldados leais de seu Comandante
e filhos obedientes de seu Pai. A santidade é provada
pela obediência.
3 3. Tornando-se padrão v. 12, 16
Tornando-se
padrão dos fiéis.
Padrão
em que ?
Paulo
diz a Timóteo que ele deveria ser um padrão para os fiéis, no mínimo em cinco
áreas, são elas:
3.1.Na palavra – o ministro deve ter
cuidado com suas palavras, as mesmas devem ser edificantes.
3.2.No procedimento – o ministro deve
proceder de forma integra e reta, que reflita temor de Deus.
3.3.No amor – o ministro deve ser
amoroso, ser exemplo no amor para com os irmãos e para os que estão de fora, e
no seu amor para com Deus e sua obra.
3.4.Na fé – o ministro deve ser exemplo
de fidelidade, sua fé deve ser exemplar.
3.5.Na pureza – o ministro deve ser exemplo
de pureza. Pureza nas palavras, nas ações, nos relacionamentos e principalmente
na obra de Deus.
Se
Timóteo seguisse as orientações de Paulo, seria um ministro fiel e exemplar.
Tornando-se assim um padrão para comunidade cristã de seus dias.
Infelizmente
muitos ministros deixaram de ser padrão há muito tempo, pois deixaram de
colocar em prática os ensinamentos da Palavra de Deus. Mantêm a aparência, mas
a essência já não existe.
Que
Deus nos ajude a sermos fiés.
4. Tendo cuidado da doutrina v. 16
Timóteo
tinha sido instruído por Paulo na boa doutrina de Jesus Cristo e de seus
apóstolos, e agora ele deveria permanecer e ensiná-la.
Há
doutrina é fundamental para saúde do ministro e da comunidade cristã. Por isso,
o mesmo não deve vacilar, é preciso estudo constante, reflexão, oração e
dependência do Espírito Santo.
Muitos
naufragaram na fé nos dias de Paulo por darem ouvidos a doutrinas de falsos
mestres inspirados por demônios. Em nossos dias não é diferente, os ensinos
falsos são diversos e têm trazido danos, muitos danos ao arraial cristão.
Há
Bíblia é nossa regra de fé e prática, tão bem utilizada pelos reformadores a
ponto de nos deixarem uma bela herança “ A TEOLOGIA REFORMADA “: A
teologia reformada é abrangente, envolvendo aspectos doutrinários, forma de
governo eclesiástico, padrões para o culto e um modo específico de encarar
questões políticas, econômicas e sociais. As principais expressões dessa
teologia são os escritos dos reformadores da tradição suíça (Ulrico Zuínglio,
João Calvino, Martin Bucer, John Knox, Teodoro Beza e outros) e os muitos
documentos confessionais elaborados pelas primeiras gerações de reformados. Os
exemplos mais significativos são: os Sessenta e sete artigos de Zuínglio
(1523), a Primeira confissão helvética (1536), a Confissão de Genebra (1536), o
Catecismo de Genebra (1542), a Confissão galicana (1559), a Confissão escocesa
(1560), a Confissão belga (1561), o Catecismo de Heidelberg (1563) e a Segunda
confissão helvética (1566). São especialmente importantes a Confissão de Fé e
os Catecismos elaborados pelos calvinistas ingleses - os puritanos - na
Assembleia de Westminster (1643-1648).
Algumas
ênfases especiais da teologia reformada são a plena soberania de Deus, a
eleição ou predestinação, o livre-arbítrio entendido como livre agência, a
soteriologia monergista que reconhece a prioridade da iniciativa divina, o
conceito simbólico dos sacramentos, a noção do pacto (das obras e da graça) e a
importância da lei de Deus. Essa teologia é abraçada particularmente pelas
igrejas presbiterianas, e também por muitas igrejas congregacionais e batistas.
O
ministro tendo cuidado da doutrina será capaz de salvar-se dos falsos ensinos,
e ainda salvará a comunidade cristã da praga chamada “ falsas doutrinas “.
Um
Ministro fiel terá cuidado com a doutrina:
Ensinando
e vivendo.
Conclusão
Que Deus nos ajude a sermos fiéis
ministros, ensinando a Palavra de Deus, exercitando a piedade, tornando-se
padrão e tendo cuidado da doutrina.
Que Deus nos ajude!
Taciano Cassimiro
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