Por Taciano Cassimiro
A+milênio
(milenismo)= a não milênio.
Embora o termo seja um tanto infeliz, na verdade o amilenismo
acredita no milênio como um período que compreende basicamente a 1º e 2º
Segunda Vinda de Cristo. O amilenismo não defende um reino terreno-literal por
um período de mil anos literais como defendem os Pré-Milenistas históricos e
Dispensacionalistas.
Basicamente a dois tipos de Amilenismo:
(1) O Amilenismo
Clássico que considera o
Reino de Deus como sendo o domínio de Deus sobre os santos que estão nos céus,
fazendo do Reino de Deus um reino celestial - o Reino dos Céus.
(2) O Amilenismo Agostiniano, que também é o ponto de vista defendido pela Igreja Católica Romana,
considera o cumprimento de todas as promessas do Antigo Testamento com respeito
ao Reino, como sendo o reinado de Cristo do trono do Pai sobre a Igreja, que
está na terra.
Um terceiro seria a junção do clássico e agostiniano, que considero
adequado.
Características
principais do Amilenismo:
1.
Segunda vinda de Cristo inaugura o tempo final para crentes e não-crentes de
maneira final (não intermediária como dizem os milenistas).
Defensores de um milênio literal, pré-milenistias históricos e dispensacionalistas, entendem que após a Segunda
Vinda de Cristo haverá um reino de paz de Cristo na terra. Nesse período a terra não estará restaurada. A sede desse reinado
será Jerusalém.
2. Os mil anos de Apocalipse 20 são simbólicos e não-literais.
2. Os mil anos de Apocalipse 20 são simbólicos e não-literais.
Defensores das posições apresentadas no tópico, 1, defendem
uma interpretação literal da passagem.
3. As duas ressurreições do texto (Ap 20) não são físicas.
Simon Kistemaker escreve “ A primeira ressurreição, então, é uma
ressurreição espiritual, do mesmo modo que a segunda morte é uma morte
espiritual”[1].
As correntes apresentadas no tópico, 1 , interpretam
literalmente.
4. Interpretação de um modo geral não literalista
Os amilenistas são acusados de espiritualizar tudo. E isto
não é verdade. Porém é verdade afirmar que os amilenistas respeitam o gênero de
cada livro, logo, interpretando história como história, doutrina como doutrina
e livro apocalíptico-profético como tal. Exemplo: O livro de Apocalipse exige
uma leitura do contexto e consequentemente da mensagem que estava sendo
transmitida por meio dos números, imagens, cores, símbolos e personagens. É de
consenso entre os amilenistas que há no livro de Apocalipse elementos futuros
como a Segunda Vinda de Cristo, Juízo Final e Novo céu e Nova terra e etc.
5.
Pessimistas quanto ao futuro da Terra e da humanidade.
Nesse ponto eu vejo dois grupos de amilenistas:
Primeiro grupo, os pessimistas - entendem que as tribulações
vão se intensificar e o mundo se tornar um lugar mais difícil de viver, mesmo
com o evangelho sendo pregado.
Segundo grupo, os otimistas - acreditam que embora haja
aumento de perseguição e tribulação no mundo e contra a igreja a pregação do
evangelho de Jesus Cristo produzirá transformações em todas as camadas da
sociedade. As tribulações sempre estiveram presentes na história do cristianismo,
contudo o mesmo sempre deixou marcas profundas e produziu transformações na
sociedade.
6. Iminência da segunda vinda.
Quanto à
iminência também não a consenso.
Há aqueles
que defendem que Jesus virá a qualquer momento. É que o Rev. Leandro Lima e Heber Carlos Jr
defendem no vídeo postado no youtube “Academia
em Debate 47”. E outros que defendem que antes da volta de Jesus alguns sinais
que ainda não se cumpriram precisam se cumprir, como exemplo o surgimento do
anticristo. Vale lembrar que os amilenistas são pós-tribulacionistas.
[1]
Kistemaker, Simon. Comentário do Novo Testamento, pag 702. Apocalipse, 2º
Edição. Editora Cultura Cristã